Uma Introduc,ao `a Magia do Caos por Adrian Savage Caos * a ausencia de forma e ordem. Acima de qualquer outra palavra, o caos assombra o homem ocidental. Enche sua mente com visoes de mares encontrando-se com rios, homens dando luz `a ras, peixes voando atraves de grossas nuvens. E o cerne inominado de todas as historias de terror * o inesperado, o imprevisivel, o incontrolavel, o anarquico * Caos. O homem ocidental, desde os primordios de sua historia, tem procurado derrotar um dos mais implacaveis de seus inimigos * o Caos. Procurou, por gestos e palavras , domar os desejos caoticos e arbitrarios de seus primeiros Deuses. Criou a imagem de uma divindade toda poderosa, que nao apenas trouxe ordem do nada, mas e a ausencia da lei. Escolheu inumeraveis tiranos, preferindo a perda de sua propria alma `a visao de caes correndo desenfreadamente em suas ruas. Examinou o mundo a sua volta, desejando encontrar leis inflexiveis. Quase destruiu as condic,oes originais de seu planeta * os processos reais que tornam sua vida possivel * de modo a controlar cada faceta de sua existencia, frequeentemente sacrificando seus mais profundos instintos no altar de sua necessidade, por estabilidade. E, onde nao podia encontrar ou impor ordem, delineou mitos, dogmas, especulac,oes filosoficas dificeis de serem entendidas , formulas ocultas e teorias cientificas estereis, assassinando qualquer um que ousasse questionar tais fantasias * tudo para negar o terror que sente quando confrontado com o que nao podem entender. Do passado mais sombrio ate hoje, a imagem do sabio, para aqueles homens, tem sido a de alguem que sabe a lei secreta escondida por debaixo do aparente mundo arbitrario a sua volta. Sua visao do mago tem sido a de alguem que poderia explorar aquela lei para subjugar, `a sua vontade, o mutavel evento da vida. Do final dos anos 60 ate o presente, contudo, vozes partindo da Inglaterra * o menos caotico dos paises, lar de jardins bem tratados, cha das quatro, e de um sistema de classes que fixa o lugar de cada pessoa desde seu primeiro suspiro * proclamou o Caos como a unica realidade, a verdadeira fonte de toda Magia. Irados, `as vezes de forma estridente, esbravejam ameac,as aos que proclamam a busca pela ordem divina. Eles veneram aquele que e omais antigo de seus inimigos * o Caos. Para entender esta rebeliao, devemos, primeiramente, explorar as tradic,oes que a originaram. Ja que nesta obra nao podemos examinar a totalidade do pensamento ocultista, teremos que nos limitar `as fontes mais relevantes a Magia do Caos. Comecemos pela Europa Medieval. Foi durante este periodo que tres ramos do ocultismo desenvolveram aquilo que ainda influencia o pensamento magico ocidental * a Wicca, o Satanismo e a Magia Cerimonial. Dos tres o Satanismo e o mais facil de examinar * e descartar. Face ao continuo interesse da Igreja sobre o assunto, o Satanismo e o mais cuidadosamente registrado, e melhor pesquisado, dos tres ramos. Seus conceitos basicos sao, tambem, os mais simples: inversao completa das crenc,as cristas. O Satanista realiza a Missa Latina `as avessas, zombando dela. Exaltam a ganancia ao inves da caridade, a revolta ao inves do perdao. Da mesma forma que o cristao ve o Cristo como um salvador pessoal, que recompensara com uma eternidade de bem*aventuranc,a depois da morte, uma vida de despojamento servil, o Satanista ve o Diabo * quem , `a proposito, o cristao identifica como sendo o inimigo da ordem divina, o Caos encarnado * como um salvador pessoal que o recompensara com o poder material e riquezas para deflorar a mulher de seu vizinho. Em ambos os casos, o objeto de venerac,ao e visto como um mestre externo cuja vontade deve ser obedecida. Ao contrario da Wicca e da Magia Cerimonial , o Satanismo parece ter mudado pouco desde o dia de seu nascimento. Do inicio ate o presente, sua corrente mais forte tem sido um clamor contra a moralidade sexual antinatural defendida pela cristandade. Na Idade Media, deve ter sido uma extrema e, certamente, perigosa forma de terapia para problemas sexuais. Nos anos precedentes, parece uma desculpa para reunioes e, talvez, um modo dos menos fisicamente atrativos de ganhar um numero maior de parceiras sexuais. Assim que a Igreja parou de queimar seus defensores, o Satanismo teve uma postura de chocar o mais socialmente convencional. Isto e especialmente verdadeiro hoje, quando o Satanismo e o slogan de inumeras bandas de Rock * um emblema para ofender os pais de adolescentes, agitar os seus ja super*ativos hormonios, e acrescentar ilusao da realidade a gritos estridente e barulho infernal. Ao contrario do Satanismo, ate recentemente, a Magia Cerimonial nao tem se apresentado como uma rebeliao contra o cristianismo. Os Cerimonialistas judaico-cristao tem sido, de fato, cuidadosos em evitar qualquer coisa que a Igreja pudesse considerar heretico. Frequeentemente eram homens devotados que sentiram que estavam explorando os misterios mais profundos da fe crista. Em seus rituais, invocavam a protec,ao do Deus dos Judeus e dos Cristaos e a ajuda dos arcanjos e anjos do panteao judaico-cristao. Se tivessem que evocar demonios, o faziam em nome do Senhor e somente chamavam aqueles diabos que Deus tinha ligado ao servic,o da humanidade. Nunca foram perseguidos pela Igreja. Havia e ha um forte preconceito de classe e sexual na Magia Cerimonial * seus praticantes tem sido tradicionalmente homens aristocratas. Esta tendencia permeou todos os setores. Seus rituais eram destinados a entidades masculinas; eram longos, viaveis somente para os que tinham tempo disponivel; eram na maioria das vezes em grego e latim e envolviam conhecimento de geometria e matematica, marcas da classe erudita, e requeriam tunicas garbosas e instrumentos que somente o rico podia sustentar. O mais sugestivo de sua tendencia de classe era sua curiosa orientac,ao cientifica. Como um cientista, os Cerimonialistas acreditavam que o efeito desejado so poderia ser atingido pelo uso dos instrumentos apropriados, no procedimento apropriado * qualquer desvio trazia o fracasso. Como o cientista * que sempre eram, diga*se de passagem * o Cerimonialista procurava conhecimento. Tendo pouca necessidade material, sempre procurava os segredos do Universo visivel e do invisivel, puramente pelo conhecimento. Apesar do Cerimonialista, na maioria das vezes, trabalhar sozinho, frequeentemente aprendia sua arte em uma Loja * ascendendo atraves de graus, guardando os ensinamentos secretos de sua propria estac,ao, enquanto obedecia a seus superiores na esperanc,a de eventual promoc,ao. A estrutura hierarquica da Loja tinha um paralelo com a visao do Universo do Cerimonialista, todo grau representando um plano claramente definido que teria de ser completamente examinado e dominado. Apesar de ter retido muito de sua tendencia * Lojas, equipamento caro, visao hierarquica do Universo * ao contrario do Satanismo, a Magia Cerimonial evoluiu e modificou*se. Os agentes dessa mudanc,a foram a Ordem Hermetica da Golden Dawn e seu mais conhecido membro Aleister Crowley. A primeira mudanc,a veio em relac,ao `as entidades as quais se dirigiam. Enquanto mantinham as hostes judaico-cristas, a Golden Dawn tambem se dirigia a deuses do panteao egipcio e greco-romano, sempre trajando tunicas e adornos sugestivos das deidades invocadas. Depois que Crowley seguiu por conta propria, continuou a dirigir-se a antigos deuses. Mais adiante, ele negou a existencia de um poderoso Ente Supremo no topo da hierarquia universal. Proclamou que o objetivo do Mago era "alcanc,ar o Conhecimento e Conversac,ao do Sagrado Anjo Guardiao", satisfac,ao de "verdadeira vontade", e a realizac,ao da propria divindade. Apesar de alguns magos terem sido influenciados pela propria obra de Carl Jung, que considerava todos os deuses como imagens arquetipicas projetados por um inconsciente coletivo, e por filosofia orientais, as quais mencionaremos mais adiante; outros teriam comec,ado a tomar uma abordagem mais psicologica de seus trabalhos. Existe pouca duvida de que Crowley acreditasse que o Sagrado Anjo Guardiao fosse uma entidade externa `a propria pessoa, uma das inumeras inteligencias operando de outras dimensoes da existencia. Para Crowley, a realizac,ao da divindade do mago nao significa sua absorc,ao no absoluto, significava a realizac,ao de sua linha de evoluc,ao individual. Incansavelmente, Crowley trabalhou * escrevendo novos rituais em Ingles, encontrando a Astrum Argentum e reestruturando a Ordo Templi Orientalis, adaptando conceitos orientais, sintetizando as varias tradic,oes magicas * Grega, Egipcia, Hermetica, Cabalistica e Mac,onica * em um novo sistema, o qual publicou em infindaveis livros. A parte de trazer a Magia de volta aos olhos do publico, a maior contribuic,ao de Crowley foi sua franca admissao da verdadeira fonte do poder magico * a energia sexual. Tendo proclamado abertamente o segredo, revelou ao escrivao o que se segue: reconhecendo o uso de drogas e indulgencias orgiasticas para facilitar a entrada em estados alterados de consciencia; desposando Thelema, a filosofia da absoluta liberdade pessoal (ou abuso de liberdade, como seus criticos o acusaram) e intitulando-se a "Besta 666", Crowley empenhou-se em chocar. Ao faze-lo, ficou exposto a desnecessarios mal entendidos e, em muitas esferas, foi estigmatizado como um Praticante Negro. A despeito de sua diabolica reputac,ao, e nao obstante a existencia de ideias norteadas por uma tradic,ao judaico - crista - notadamente aquelas de Dion Fortune e Israel Regardie, ambos cabalistas * Crowley e amplamente considerado a fonte da qual flui toda Magia Cerimonial Moderna. A Wicca, o terceiro ramo, e talvez a mais dificil de se descrever . Sem proporcionar desmedidos creditos a seus precursores medievais que a associavam com o Satanismo, os trabalhos de Margaret Murray, que levou em conta a religiao do homem pre-historico, e as geralmente auto-louvadas "tradic,oes" de seus adeptos modernos, quase nada pode ser dito sobre seu passado. poucas coisas , entretanto, parecem , de pronto, notorias * a mais importante e que sob todos os aspectos a adepta da Wicca permaneceu em contraste com mo Mago Cerimonialista. Primeiro, e principalmente, a adepta da Wicca praticava uma religiao oposta `a cristandade, sem duvida uma continuac,ao das antigas crenc,as regionais, apesar de ser dificil dizer com certeza o que estas crenc,as eram. Por causa de sua rejeic,ao do Cristo as Wicca eram assassinadas pela Igreja. Em uma era onde a Igreja e os Estado eram um, a tolerancia religiosa era considerada o portao para a anarquia. Onde o Cerimonialista medieval era um homem aristocratico da cidade, o adepto da Wicca era sempre um campones e, sobretudo, uma mulher; onde o Cerimonialista praticava sozinho, realizando complicados rituais em latim e grego, convocando Anjos e Demonios para ensina-los os misterios do Universo, as adeptas da Wicca comumente celebravam os fenomenos das mudanc,as das estac,oes, entoando rimas simples de modo a assegurar melhor colheita ou um companheiro. O Cerimonialista praticava a mistica "arte", a adepta da Wicca praticava "o oficio". Muitas destas diferenc,as continuam ate os nossos dias. A moderna adepta da Wicca ainda trabalha numa convenc,ao e, ainda que viva em um apartamento urbano e nao tenha conhecimento de agricultura, ela ainda celebra a precessao das estac,oes, entoando em verso para qualquer coisa que possa precisar. E dificil dizer onde a moderna Wicca difere de suas raizes medievais * bruxas hereditarias, descendentes das Wicca que sobreviveram aos "tempos das fogueiras", sao incrivelmente reservadas sobre as crenc,as e praticas herdaram de seus ancestrais. Mesmo se elas nao fossem, seria impossivel dizer a quantidade de ideias originais que foram destorcidas, acrescentadas, e subtraidas, pois foram transmitidas de gerac,ao em gerac,ao. Portanto, e tambem impossivel dizer quanto Gerald Gardner * o pai da Wicca moderna * preservou do passado e quanto, apesar de afirmar o contrario, ele realmente criou. Qualquer que seja o caso, da mesma forma que a maioria da moderna Magia Cerimonial flui de Crowley, a Wicca origina-se de Gardner. Ainda que os rituais de Gardner estejam repletos de simbolismo agricola e, por extensao, aos praticados pelas modernas adeptas da Wicca, a maioria deles parece tanto com versoes rimadas e simplificadas dos ritos Cerimonialistas, que existem rumores que atribuem a sua verdadeira autoria ao bom amigo de Gardner, Aleister Crowley. Ao contrario do Cerimonialista, contudo, o que distingue a Wicca moderna e o seu inexoravel feminismo. As adeptas da Wicca veneram um Ente Supremo dual * um Deus, muitas vezes identificadas com o Sol, Marte, Pa ou Horus, e uma Deusa, muitas vezes identificadas com a Lua, a Terra, Venus ou Isis. Sob todos os aspectos, a Deusa e considerada a dominante. Da nascimento ao Deus, que e seu filho e consorte. E considerada eterna, enquanto o Deus sofre continuas mortes e nascimentos, simbolizados pela marcha das estac,oes. As fases da Deusa Lunar * crescente, cheia e minguante * sao identificadas com as tres fases do ciclo de vida da mulher * virgem, mae, idosa. As ideias basicas sao elaboradas numa variedade de aspectos. As mulheres sao sempre consideradas mais sabias, mais fisicamente poderosas, e mais espiritualmente desenvolvidas que os homens e, apesar dos rituais das Wicca serem realizados por um sacerdote e uma sacerdotisa, a sacerdotisa sempre detem a autoridade absoluta. O sacerdote e sempre seu servo. Um observador versado em psicologia pode detectar nos rituais das Wicca uma sutil forma de sadismo feminino e masoquismo masculino. Muitas das Wicca advogam o Matriarcado * um sistema no qual a mulher detem , em ultima instancia, o poder politico. Ao contrario dos Cerimonialistas, que tendem a regular seus rituais de acordo com intrincados calculos astrologicos, as Wicca realizam sua Magia segundo as fases da Lua * trabalhos de expansao sao iniciados durante a Lua Nova, e culminam durante a Lua Cheia; trabalhos de contric,ao sao feitos ao inverso. Identificando a Terra com a Deusa e procurando manter-se perto de suas raizes agricolas, a Wicca moderna e muito interessada pela Ecologia. A Wicca hoje e altamente consciente de sua imagem, sempre jogando abaixo sua popular associac,ao com maldic,oes e orgias. Muitos trabalhos sao feitos para o fortalecimento psiquico. Seu feminismo e preocupac,ao com a opiniao publica lhe da uma unica atitude perante o sexo * por outro lado, sua pretensa descendencia dos antigos cultos de fertilidade e seu foco feminista sobre a sexualidade feminina forc,a a recolhecer o sexo como uma fonte de poder magico; por outro lado, sua atenc,ao por aparencias as fazem as campeas da monogamia. A convenc,ao perfeita de bruxas e composta de pares dedicados e profundamente comprometidos. Nenhuma orgia crowleana, por favor. Quanto ao Deus e a Deusa, a maioria das Wicca nao sao claras em relac,ao a se eles devem ser considerados como aspectos masculino e feminino de uma unica deidade, ou como duas entidades distintas. Apesar da Wicca Grac,a ter uma linha afirmando que a Deusa deve ser encontrada dentro de cada um, muitas Wicca a tratam como um ser externo. Comec,ando com Alex Sanders, muitas se depreenderam do Gardnerianismo, formando infindaveis ramificac,oes, quase todas mantendo a enfase feminina. A Wicca moderna poderia ser chamada a religiao do movimento de libertac,ao das mulheres. As tres correntes do ocultismo ocidental descritas acima podem ser consideradas a ortodoxia * da qual a Magia do Caos deriva e contra as quais se rebela. Antes de poder explorar a Magia do Caos inteiramente, devemos parar brevemente para examinar quatro outras tendencias que a influenciaram profundamente: o Jungianismo, a Parapsicologia, a Fisica, e a Filosofia Oriental. Do trabalho de Carl Jung precisamos dizer pouco, exceto que sua teoria dos arquetipos * imagens universais que simbolizam as experiencias humanas e aspectos da mente humana * determinou definitivamente a visao de todos os deuses da Magia do Caos. Apesar de que a maioria dos praticantes do Caos poder considerar a ciencia como apenas um outro sistema, nao podem ajudar, mas ser influenciado pelas pesquisas parapsicologicas, as quais sugerem que a habilidade psiquica pode ser func,ao da mente humana * tornando possivel a ideia de poder magico sem assistencia desencarnada. A fisica do Quantum, com suas particulas indeterminadas e, na maioria das vezes, teorica, deve encontrar um lugar confortavel em seu corac,ao. Mas a filosofia oriental e a sua maior fonte, e nao podemos entender sua definic,ao especial do Caos * uma pedra angular de suas ideias * e como difere da tradicional visao Ocidental, sem entender o pensamento Asiatico. Qualquer que sejam suas diferenc,as superficiais em terminologia e sua semelhanc,a pratica, as tres grandes correntes da filosofia oriental * Hinduismo, Budismo e Taoismo * estao unidas ao proclamar que o Universo e um vasto, um todo mutavel, alem de todos os conceitos, categorias e definic,oes. O Hindu o chama Brahman, e seu deus, como as teoricas particulas da fisica quantica, sao meramente simbolos de seu aspecto cosmico. Para o Budista , e o Vazio * aquilo alem de toda designac,ao e descric,ao * e seu panteao de Budas e Bodhisattvas sao, como os arquetipos jungianos, simbolos de estados psicologicos. O Taoista simplesmente o chama Tao, o Caminho. Alem disso, eles concordam que a natureza intima do homem * que o hindu chama "Atma", o Budista "Nenhuma Alma", e o Taoista "Sem Ego" * e identificado com aquele do Universo. Em todas as tres religioes conhecer existencialmente estas duas coisas e considerado a Iluminac,ao * liberac,ao das visoes e opinioes, todas as quais somente podem ser falsidade, servidao e ilusao. Aqui reside a diferenc,a entre as definic,oes dos praticantes tradicionais e dos praticantes do Caos sobre aquela temivel palavra * Caos. Para os praticantes do Caos, nao e a ausencia de ordem, mas * para parafrasear Henry Miller * uma ordem alem da compreensao. E analogo ao Brahman Hindu, ao Vazio Budista, ao Tao do Taoista, e ao Wyrd dos antigos anglo-saxoes. Esta em constante mutac,ao * pode ser experimentado, mas esta alem de categorizac,ao intelectual. A ordem e, na melhor das hipoteses, o aspecto indescritivel da realidade que nosso equipamento sensorial nos permite perceber * a abelha ve a flor de modo diferente dos seres humanos. Na pior das hipoteses, a Ordem e simplesmente um padrao ilusorio projetado pelos nossos preconceitos. Para asserc,ao de Albert Einstein que Deus nao joga dados com o Universo, o praticante do Caos pode responder que o Universo e deus * se alguem tiver que usar tal palavra, que e emocionalmente carregada * e Ele e a unica coisa com quem Ele pode sempre jogar. Desde que ele acredita que a realidade e basicamente indescritivel, ele renuncia a todos os dogmas, tomando ideias praticas de todos os lugares, combinando-as conforme a situac,ao, abandonando-as quando nao mais se ajustam. Num Universo incognoscivel nenhuma crenc,a e valida * contudo, toda crenc,a e valida enquanto que o adepto a reconhec,a como uma ferramenta, uma ilusao necessaria, e enquanto ela continua a trabalhar para ele. O modelo integral da Magia do Caos pode ser facilmente observado com um rapido vislumbre dos pensamentos de um homem que seus praticantes consideram o pai da Magia do Caos * Austin Osman Spare. Outrora membro da Golden Dawn e associado a Crowley, ate que uma desavenc,a rompeu a relac,ao deles, Spare incessantemente denunciou a religiao, a ciencia e Magia Cerimonial. Seus ataques a todos os tres eram baseados na mesma premissa: em um Universo que desafia descric,ao, todos os sistemas de crenc,as somente podem ser falsos. Desde que o homem e parte do Universo e, portanto, Deus, tudo que a religiao pode lhe oferecer sao falsos idolos que o impedem de perceber sua verdadeira divindade. Desde o inicio Spare viu que a ciencia e uma forma de religiao, uma tentativa de designar o inominavel, um sistema de categorias que rejeita tudo que nao pode encerrar. A Magia Cerimonial, ele considerou como uma perda de tempo demasiadamente complicada * perpetrada sobre o ingenuo por charlatoes gananciosos * que impede o homem de descobrir sua verdadeira fonte de poder, que esta dentro dele mesmo. Spare pregou a necessidade absoluta de simplicidade em todos os trabalhos magicos e, ao inves de prece e ritual, ele considerava como tecnica magica maxima a criac,ao e meditac,ao sobre o sigilo * um desenho pessoal de letras estilizadas expressando um desejo, ocultando-o, contudo, da mente consciente. Os Sigilos tem tradicionalmente, sido o desenho de talismas magicos, mas Spare afirmava que seus poderes nao estavam intrinsecos `as linhas e figuras do desenho * seus poderes vinham de seus efeitos sobre as camadas mais profundas da mente inconsciente. Portanto, cada uma deveria criar seu proprio desenho, o qual teria de ser suficientemente simples para ser facilmente visualizado e suficientemente complexo para que a mente consciente esquec,a seu significado original. Em seu trabalho sobre sigilizac,ao, nos observamos a influencia Oriental nas ideias de Spare. Embora o Sigilo deva ser criado sob a influencia de um ardente desejo, e deva ser visualizado e meditado enquanto a obsessao persistir, pode nao ter efeito magico ate que tenha-se esgotado o desejo, esquecido o significado do Sigilo, e tornando-se completamente indiferente ao desejo e ao simbolo que ele representa. Para Spare, a meditac,ao significa manter o Sigilo na imaginac,ao ate que ele gradualmente exclua todos os outros pensamentos e, entao desbotar-se da consciencia, deixando a mente vazia * o polo oposto para fixar-se a mente sobre um simbolo, avaliando seu significado, repelindo outras ideias, e focando toda sua vontade concentrada em sua realizac,ao. Qualquer um que tenha um conhecimento superficial do Tantra Hindu ou Budista reconhecera isto como a pratica do Tantrika, aqueles que realizam identicas visualizac,oes sobre os Yantras * desenhos geometricos representando forc,as cosmicas e psicologicas. Os Yantras sao os modelos basicos por tras das Mandalas * e considera a satisfac,ao de um desejo como um passo em direc,ao ao desprendimento de todos os desejos. Como se aquilo nao fosse suficiente, o conceito de Universo de Spare parece com as ideias asiaticas reformuladas. O absoluto ele chamou Kia * uma palavra que nao tem nenhum significado em nenhuma lingua ocidental e assemelha-se `a palavra japonesa "Ki", que significa o sopro vital por tras de toda a vida. Percebe o quao de perto as palavras de Spare ecoam naquelas de Lao Tzu. Spare: "De nome, nao tem necessidade, para designa-lo, e eu o chamo Kia...o Kia que pode ser expresso em ideias concebiveis nao e o Kia eterno". Lao Tzu: "o Tao que pode ser dito nao e o Tao...Dele mesmo, nao tem nome...por falta de palavra melhor, eu o chamo 'o Tao'". O Kia * que poderia tao facilmente ser chamado Caos * esta alem de descric,ao, um todo completo, sem partes divisiveis, um zero inconcebivel. Contudo, ele se manifesta em dualidades aparentes * macho e femea, luz e escuridao, nascimento e morte. Na formula de Spare, do nada vem dois. Mas os polos de cada dualidade nao sao absolutos neles mesmos; cada um e como um brac,o, unidos por um tronco, o qual neste caso nao pode ser descrito. As dualidades sempre surgem juntas. Alegria emerge com angustia, fe com duvida. Portanto, a mente nao pode evitar o conflito e a contradic,ao. A soluc,ao de Spare nao e para escolher entre impulsos opostos, mas observa-los simultaneamente * um estado mental que fixa sua consciencia, por exemplo, sobre a aurora e anoitecer, horas crepusculares que nao sao nem dia nem noite. "Nem-Nem" de imediato lembra o hindu "Neti * Neti", nem isto/nem aquilo, a dialetica negac,ao de Nargajuna pelo qual nada pode ser dito para existir ou nao existir, a nao escolha do eremita taoista, e a percepc,ao nao discriminante do Mestre Zen. Ele tambem insistir que o ego permanece num estado de auto-amor * que nao deve ser confundido com narcisismo * um estado onde e absorvido com felicidade na alegria de sua propria existencia e nao tem necessidade de exaltar-se continuamente por infindaveis conquistas e aquisic,oes. Como diz os Upanishads: " Permita que o Eu (self) encontre refugio no Eu (self)". Durante sua vida, Spare * um artista brilhante, que produziu uma serie de notaveis desenhos automaticos * nunca recebeu a atenc,ao que foi dado a seu antigo companheiro, Crowley. Os pequenos comentarios que faziam eram em sua maioria ruins. Os criticos de arte odiavam seu trabalho e muitos ocultistas, inclusive Crowley, o consideravam um Mago Negro. Suas ideias * que ele comunicou em pequenos livros, escritos em um estilo exortativo, denunciatorio e declamatorio reminescentes ao "Assim falava Zarathrusta" * foi apenas recentemente dada a considerac,ao que eles mereciam. Talvez este seja o mais alto cumprimento para um homem que detestava que aqueles responsaveis pela redescoberta de seu trabalho nao o tomam como uma autoridade absoluta. Enquanto que Ray Sherwin, Julian Wilde, e "O Circulo do Caos" possam louvar o trabalho de Spare, o consideram o ponto de partida, uma influencia sobre um precursor de suas proprias diligencias. Ao contrario dos seguidores de Crowley, eles nao transformaram Spare num "Asno Dourado". Os discipulos de Spare * como eles provavelmente odiariam este termo * diferem dele tanto quanto eles diferem de cada um deles. A maior diferenc,a e que os sucessores de Spare, enquanto o criticam, nao rejeitam ritual fora de controle. Antes de nos analisarmos mais detalhadamente como a Magia do Caos difere do Ocultismo Tradicional, seria proveitoso uma breve revisao do trabalho dos praticantes que se tornaram conhecidos na America. Do "Circulo do Caos", nos podemos dizer muito pouco. Sao uma colec,ao ecletica de diversos ocultistas que reuniram-se em meados dos anos sessenta * ate certo ponto em reac,ao a crescente sectarismo e mercantilismo com o mundo do ocultismo. Criaram um conjunto de rituais tecendo diferentes elementos das tradic,oes de varios de seus membros. Ate entao, tinham somente publicado um livro, The Rites of Chaos, com direitos em nome de "Paula Pagani". E uma colec,ao de rituais sazonais, celebrac,oes rimadas dos tradicionais dias festivos da Wicca. Originalmente conhecido como " O Circulo Wyrd", o "Circulo do Caos" e basicamente em estilo da Wicca, se nao completamente em substancia. Em seu sentido mais verdadeiro, o mesmo nao pode ser dito de Julian Wilde. Ele se considera um Wicca Tantrico Xamanico e e exatamente tao ecletico quanto esta designac,ao subentende. Por sua propria conta estudou a Wicca, a Cabala, o Shamanismo, o Zen e o Budismo Tantrico Tibetano, usou o sexo, as drogas e o Rock n'Roll como auxiliares para alcanc,ar o extase, e foi influenciado pelos apontamentos de Carlos Castaneda e Michael Moorcook. Seu "Grimoire of Chaos Magick" * uma fragmento de seu Livro das Sombras pessoal que ele tinha publicado como uma colec,ao de sugestoes para almas da mesma opiniao * e um livro delgado, ainda que extraordinario. Seu estilo e ainda mais feroz e denunciatorio do que o de Spare. Suas invocac,oes sao versos livres, cheias de imagens notaveis transmitidas em uma linguagem barbara, ainda que majestosa * entre suas linhas vislumbra-se um homem que sobreviveu a quase todo tipo de catastrofe pessoal. Como se para provar a sinceridade de compromisso ao ecletismo, seu livro contem ao mesmo tempo um aspero ataque sobre e um ritual de * Aleister Crowley. Wilde e o fundador da Igreja de Ka'atas, uma entidade que nao existe no sentido legal e e somente um nome para aqueles que mais ou menos compartilham de sua visao. Ele e verdadeiramente, como descreve-se, um Guerreiro do Caos. Ray Sherwin e talvez o mais convencional dos praticantes do Caos. Como membro da I.O.T. * uma Loja Inglesa que rompeu com a O.T.O. * e um mago Cerimonialista. Ao contrario de Spare e Wilde, seus livros sao escritos em um estilo calmo e analitico, sistematicamente explorando pontos de interesse pratico para o mago. Um ponto que merece atenc,ao e que a I.O.T. * ao contrario de outras praticantes do Caos * considera o Caos como o fim de uma dualidade, o outro fim sendo Cosmo/Ordem. Sherwin nao parece concordar plenamente com esta visao, mas nao a rejeita completamente, tomando uma postura de talvez sim/talvez nao. Apos uma visao geral da Magia do Caos, agora iremos examinar detalhadamente como seus praticantes diferem do ocultismo ortodoxo e um do outro. Infelizmente, teremos de limitar a maior parte desta discussao `a visao de Spare, Wilde, e Sherwin, ja que o "Circulo do Caos" somente publicou rituais sazonais. A Fonte de poder: O que o mago considera como fonte de seu poder determina o resto de sua pratica. Obviamente, o Satanismo acredita que seu poder e um presente de seu mestre, o Diabo. O Cerimonialista acredita que seu poder deriva , por meio de uma serie de entidades astrais, em ultima instancia do Senhor das Hostes, o Deus mais elevado * um crowleano dia que somente os seres astrais existem e dao poder. E as adeptas da Wicca colocam sua fe na Deusa, no Deus, e nos elementais. Mas, todos os praticantes do Caos concordam que as energias ainda nao descobertas no subconsciente humano sao a verdadeira fonte da Magia. Eles compartilham esta visao com a filosofia Oriental, com a parapsicologia e com modernos teoricos da Magia, como Issac Bonewitz. Os Exercicios Preparatorios: A maioria das tradic,oes magicas contem um corpo de exercicios delineados para abrir o novic,o `as influencias magicas , as quais devem ser dominadas antes de lhe ser permitido prosseguir para o trabalho Ritualisticos. Sem duvida, o Satanismo considera algumas orgias e umas poucas centenas de libra da erva mais forte que possa comprar, suficiente para a tarefa. Tanto as modernas adeptas da Wicca como os Cerimonialistas concentram-se na projec,ao astral e na visualizac,ao * usualmente sobre os Tattwas e sobre os Arcanos Maiores do Tarot. Spare, por outro lado, coloca toda enfase sobre a postura da morte * na qual relaxa-se totalmente o corpo e mantem-se a mente o mais vazia possivel pelo maior tempo possivel, uma pratica vantajosa para desenvolver a condic,ao mental de "Nem - Nem". E Wilde criou todo um novo conjunto de exercicios. O mais interessante deles e uma meditac,ao , baseada no Tantra Tibetano, na qual visualiza-se o corpo fundindo-se completamente e entao reconstruindo-se do nada, e outra meditac,ao na qual visualiza-se os chakras * centros psiquicos dispostos um sobre o outro na espinha dorsal, um conjunto yogi * como salas modernas conectadas por uma escada espiral. Fiel `a forma, Wilde diz que nao precisa acreditar na existencia literal dos chakras. O aspecto notavel de todos estes exercicios e que eles tentam colocar o praticante em contato com o seu eu (self) mais profundo * nao com entidades externas ou planos. A Adivinhac,ao: Usualmente, o proximo passo no treinamento do novic,o e o aprendizado dos varios metodos de predizer acontecimentos vindouros. As adeptas da Wicca tendem a concentrar-se no Espelho Magico, na Bola de Cristal, e ocasionalmente na leitura de padroes das folhas de cha ou coisa semelhante. Tanto os Cerimonialistas como as Wiccas dao grande importancia ao Tarot. Modernamente, o I Ching e as Runas tornaram-se popular, e ultimamente a tabua Ouija esta sendo redescoberta. Os ocultistas medievais pensavam que os metodos divinatorios eram canais pelos quais os Deuses, Semi-Anjos, e espiritos comunicavam-se com os homens. Mesmo Crowley acreditava que suas operac,oes dependiam das inteligencias astrais. Embora ainda haja aqueles que mantem-se fieis a visao antiga, os praticantes mais modernos consideram os mecanismos de adivinhac,ao como meios de focar a mente consciente, permitindo ao subconsciente apresentar seu conhecimento do futuro. Todo praticante do Caos concorda com a visao moderna. Wilde leva isto um pouco mais alem sugerindo que a quiromancia e a astrologia, as quais a maioria dos ocultistas consideram como "ciencias" objetivas, tambem sao mecanismos de focalizac,ao. Para Wilde * que desenhou sua propria versao dos Arcanos Maiores do Tarot para seu uso particular * a disposic,ao dos planetas num horoscopo ou as linhas na palma da mao provavelmente nao tem outro significado senao aquele que ele sugere para as faculdades psiquicas do interprete. Iniciac,ao: em todas as tradic,oes ocultas, Ocidental e Oriental , a iniciac,ao e considerada a morte do antigo ser e o simultaneo nascimento da Pessoa Magica. Geralmente, e entao que o poder magico e conferido * na tradic,ao Oriental, pelo instrutor * ao iniciado durante a cerimonia. Os praticante do Caos tem uma visao mais complexa do processo. Para Spare, a iniciac,ao era quase tanto uma farsa como qualquer outra cerimonia. Sherwin e Wilde concordam que em uma iniciac,ao propriamente dita nao significa mais do que a aceitac,ao dentro de um grupo particular de praticantes. Wilde toma a visao Shamanistica de que a iniciac,ao real e um produto de uma severa crise pessoal * pego numa situac,ao da qual nao ha nenhuma via normal, de escape, o individuo convoca espontaneamente um poder desconhecido de seu subconsciente. Ao mesmo tempo concorda com a visao de Wilde, Sherwin acredita que e da responsabilidade do grupo de iniciados produzir artificialmente uma crise controlada no iniciado * uma pratica empregada pelas antigas escolas de misterio do Egito, da Grecia, e de Roma, e das ordens mac,onicas. Ritual e Cerimonias: Os praticantes tradicionais da Magia entendiam o ritual com uma ac,ao que agradava tanto aos Deuses que eles consentiriam com o pedido do realizador como que uma forma de retransmissao de circuito cosmico em direc,ao a um objetivo especifico. Aprender cada detalhe da cerimonia sempre foi considerado de suma importancia para o sucesso da operac,ao * um erro significaria um fracasso. A Wicca moderna, entretanto, reconhece que a intenc,ao determina a eficacia do rito mais do que a perfeic,ao de sua forma. A Magia do Caos concorda com a Wicca moderna * e, outra vez, vai um pouco mais alem. Wilde e Sherwin consideram o ritual como uma forma de teatro, desenhado para incitar a emoc,ao do realizadora um nivel febril e, entao, descarrega-lo para fora * uma catarse que deixa o mago drenado da obsessao e coloca sua mente no estado neutro "Nem * Nem" de Spare. Eles acreditam que a Magia nao pode realizar seu trabalho enquanto a consciencia do mago desejar que a operac,ao tenha resultado. A fim de conseguir o seu desejo, nao deve ser por muito tempo seu desejo. Ao contrario das varias tradic,oes Cerimonialistas e de praticantes da Wicca, todos os quais empregam metodos especificos de dispor um circulo, cada um deles afirmando que seu modo e o unico correto * Wilde, Sherwin, e o Circulo do Caos aconselham ao praticante de dispor seu Circulo da forma que preferir. Enquanto que os Magos tradicionais de todos os generos exigem que os rituais realizados para fins especificos devem ser executados com os incensos , oleos e velas coloridas apropriadas, Wilde sugere a utilizac,ao dos incensos mais alucinantes e de velas de cores mais berrantes que se possa encontrar * para todos os rituais. Tambem sugere a visualizac,ao de varios animais como Guardiaes do Circulo, ao inves dos tradicionais Senhores dos Elementos. Sherwin sugere tanto a visualizac,ao de seres do espac,o, trajando as indumentarias apropriadas, ou objetos sexuais nus nas quatro atalaias. Acreditando que a fonte do poder reside no praticante, Wilde sugere que o Mago excite sua ira, odio, loucura, magoa e, especialmente, ardor * sugerindo que antes do ritual ou masturbe-se ou seja felado por alguem, parando, antes do orgasmo, poupando a liberac,ao sexual ate o ponto mais alto do rito. Ele acredita que preces de suplicas aos deuses deveriam ser compostas espontaneamente no ponto mais alto do ritual. Sherwin, por outro lado, refuta a teoria que os rituais especificos deveriam ser realizados em periodos especificos, ponderando que nem todas as pessoas sao notadamente afetadas pelas fases da lua e que as tabuas designando certos dias e horas para certos planetas foram desenhadas antes da descoberta de Netuno, Urano e Plutao e estao, portanto, invalidadas. O melhor momento para realizar um ritual e quando a necessidade e a oportunidade se apresentam. Os Deuses do Caos: Como os praticantes do Caos consideram seus deuses como projec,ao de sua propria mente, sua atitude frente a eles e ecletica e os Magos ortodoxos diriam * irreverente. O Grimorio de Wilde relaciona um potpourri de divindades de uma miscelanea de panteoes. Ele diz que os Deuses podem ser adaptados das palavras de escritores tais como Tolkien, e mais alem afirma que qualquer Deus que nao proporcione um minimo de utilidade deveriam ser esquecidos. De modo geral, os praticantes do Caos preferem concentrar-se em deidades recem redescobertas ou recem criadas. Dentre as redescobertas algumas favoritas sao Baphomet, um deus cornigero androgino que, no seculo XII, os Cavaleiros Templarios usaram como um simbolo Cabalistico, foi descrito no seculo XIX por Eliphas Levi, e e considerado por Wilde como a sintese total de todas as forc,as universais e a personificac,ao do Caos ativo. Outro favorito e Eris, Deusa da Discordia, uma divindade grega muito esquecida que foi considerada (na "teogenia" de Hesiodo) como sendo a mais selvagem metade feminina de Eros, o Deus do Amor. Para os gregos antigos, Eros e Eris juntos condensavam uma Afrodite androgena. O Circulo do Caos reverencia a Thataneros * uma divindade criada por Thessalonius Loyola * que representa o principio freudiano de Sexo e da Morte. Wilde criou K'atas * um velho sabio orientais de olhos verdes, que funciona como um guia calmo atraves de um temporal caotico. Levando a teoria do Caos ao extremo, pode-se dizer que um heroi de revista em quadrinhos como o SuperHomem pode ser o melhor protetor de alguem que possa sentir qualquer afinidade com um deus guerreiro classico como Marte. Os Trabalhos Magicos: Ao contrario de Wilde, que nao tinha nada de novo a acrescentar `as tecnicas da Magia Pratica * ele sugere que se compre encantamentos tradicionais e candle-burning books e adapte seus ensinamentos a sua necessidade. As experiencias de Sherwin o levaram a algumas inovac,oes interessantes. Como se para enviar um tremor atraves do corpo de Spare, Sherwin sustenta que os sigilos sao melhor visualizados por meio de intensos rituais. Tomando ainda mais alem o trabalho de Spare, Sherwin acredita que se poderia extrair certas silabas das sentenc,as que foram sigilizadas e entao entoa-las como uma especie de mantra sem sentido enquanto se medita sobre o sigilo. Como podemos ver, os praticante da Magia do Caos sao unidos e distintos uns dos outros pela sua enfase na experimentac,ao e experiencia individual. A Magia do Caos nao e um tipo novo ou diferente de Magia. E um conjunto de principios de trabalho * alguns novos, outros antigos, * os quais o praticante individual pode reintepretar criativamente para adapta-lo suas proprias necessidades. Que tipo de efeito tal abordagem personalizada tera sobre o ocultismo americano e dificil de dizer. Quem pode prever o Caos? Pode muito bem encantar o individualismo americano. Pode comprovar uma ponte util entre o Ocultismo Oriental e Ocidental * uma ligac,ao que no passado foi sabotada pela procura do bajulador homem branco liberal pelo selvagem exotico * a atavica incapacidade do homem branco conservador em aceitar a sabedoria de qualquer um que nao se parec,a com ele ou possua sua tecnologia, e o complexo de inferioridade que leva os professores asiaticos a tratar os Ocidentais como ricos atrasados. Na pior das hipoteses pode comprovar somente outro slogan expelido pelos mentecaptos Mohawks que, sendo tao estupidos para ver o verdadeiro Caos na ordem do dia a dia, invoca o Caos ao quebrar as garrafas de cerveja na calc,ada e vomitando na entrada das outras pessoas. Ate mesmo a possibilidade ameac,adora e toleravel, contudo, se a Magia do Caos silenciara `as declamac,oes dos maxi Wicca matriarcais, finaliza a necessidade de autenticar as tradic,oes antigas que foram criadas dois dias depois por bruxas com mentalidade etnica, e poe fim ao incessante debate alimentado por facc,oes ocultistas rivais sobre quantos planos a realidade possue e qual e o verdadeiro esquema de cor com que a magia deve trabalhar * todos os quais atualmente dominam o ocultismo Americano. Se a Magia do Caos pode parar os Cerimonialistas americanos de lamber os pes de suas estatuas de Aleister Crowley...mas, talvez algumas coisas sao demais para de desejar. Nao importa. Qualquer coisa que possa advir, os Ingleses estao nos invadindo de novo. Agora seu estandarte diz: O Caos Domina Traduzido por A-Baphometis-O